sexta-feira, julho 09, 2004

Menina de 13 anos denuncia pai por abuso sexual

A menina de treze anos que na semana passada denunciou à Polícia Judiciária de Leiria que o pai a violou, já teria vindo a sofrer abusos sexuais desde há quatro anos, pouco depois do progenitor ter saído da cadeia para onde foi enviado por ter sido condenado pela prática de actos semelhantes com outras três filhas menores.


O mais recente caso veio à público após diligências desenvolvidas nos últimos meses pela escola que a jovem frequenta, nas Caldas da Rainha, onde uma professora se apercebeu da situação da miúda, por conversas que ela tinha sobre sexo, o que levou a docente a relatar as queixas à Assistência Social, que contactou as autoridades judiciais e policiais.


Duas irmãs da alegada vítima, contactadas pelo CM, contaram que o progenitor, que não vivia com a família, “levava frequentemente a menina ao supermercado e ausentava-se por alguns momentos”, e teria sido nessas alturas que consumaria o abuso sexual, apesar de fazerem notar que “avisámos tanto a nossa mãe para ter cuidado para não deixar a menina sozinha com o pai, porque ele podia fazer o mesmo que fez com as outras filhas”.


O homem, de 48 anos, assalariado agrícola, residente em A-da-Gorda, Óbidos, aguarda julgamento em prisão preventiva na cadeia das Caldas da Rainha, e a menina vive agora com duas irmãs mais velhas, que também sofreram abusos sexuais do pai quando eram menores.


O CM tentou falar com a mãe da rapariga na sua habitação, no Bairro das Morenas, Caldas da Rainha, mas um dos filhos, que defende o pai, impediu esse contacto. Esse mesmo filho, ainda menor, terá contado a uma das irmãs que a mais nova “inventou a história da violação porque o pai rejeitou-lhe a compra de um vestido da moda que custava dez contos”, uma versão que não recolhe credibilidade entre outros familiares, que não deixam de criticar a mãe pelo modo como “facilitou que o abuso se pudesse repetir, quando foi sempre avisada para aquilo que ele fez às filhas, mas ela nunca acreditou e parecia que estava do lado dele”.

Francisco Gomes (texto)
Carlos Barroso (foto)


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